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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Pela Pz_Eugénio de Sá


Pela Paz

Carta aberta aos poetas e outros homens e mulheres de letras
Por: Eugénio de Sá


Meus ilustres Pares, alguns de vós também meus Amigos;

Não há paz sem justiça. Não há justiça sem solidariedade. Considero, por isso, que cabe aos autênticos poetas e a outros homens e mulheres de letras que, porventura, hajam logrado merecer junto dos seus leitores o crédito que os torna lideres de opinião, a missão da defesa destes ideais maiores da sociedade civilizada.

Enquanto assumidos paladinos dos mais débeis e desprotegidos, devemos ter no horizonte como meta primeira a persecução de acções que nos fazem servidores destas nobres e encadeadas causas e, assim, definitivamente estaremos a colocar-nos ao serviço da paz.

Estamos prestes a dobrar o quarto lustro do milénio terceiro da era Cristã. Nestes quase dezanove anos transcorridos tivemos já a lamentar inúmeras tragédias registadas um pouco por todo o mundo, com o seu cortejo de horrores, sempre mais nefastos para os mais humildes, os que menos têm para poderem ‘alevantar-se do chão’.

É pensando nesses e em tantos outros que ainda sofrem as muitas iniquidades que contra eles são perpetradas, voluntariamente, ou por criminosas incúrias e omissões, que temos de usar a nossa pena e torná-la eficaz na condenação dos culpados. E isto, meus caros Pares, é lutar pela paz com as armas que temos: a pena que tomámos com o dever de a honrar!

Não é nos salões, mais ou menos fechados à comunicação e frequentados por figuras de duvidosas convicções a respeito dos enunciados valores, que a justiça pode ser defendida. Seria pelo menos suspeita qualquer denúncia que de lá viesse pelos que mais a obstaculizam, porque isso seria um acto de gritante hipocrisia, face à manifesta conflitualidade de interesses.  Ao contrário; é tornando pública essa denúncia pela pena de quem nada tem a ver com as tais 'conveniên-cias' que melhor defenderemos quem de tal mais carece. E, se o fizermos com algum talento poético-literário, maiores e mais exponenciais e eficazes serão os resultados da comunicação.

Tenho consciência que, de uma forma ou de outra, todos vós quiçá tenham já vindo a contribuir para esta paz de que vos falo, através do apelo à razão para a consolidação dos valores da justiça e da solidariedade entre os seres humanos que ainda têm boa vontade e espírito nobre, altruísta e digno.
Todavia, nos tempos que correm é urgente que assumamos uma atitude ainda mais veemente e a proclamemos por todos os meios ao nosso alcance.

Temos de acreditar que a influência das nossas posições sistematicamente trazidas a público produzirá os seus efeitos.


Sintra, Portugal
24 de Setembro de 2019

 

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