É, Fiel... Sua hora, enfim, chegou! Por dentro, o sentimento de cada um de vocês, 30 milhões espalhados pelo mundão, é que esta Libertadores não é somente um título próprio. É bem mais que isso, não é? É, sim, uma conquista para jogar na cara dos rivais, os "antis", como vocês mesmos costumam dizer.
São sensações de alívio, orgulho, felicidade... Todas bem misturadas. Quando digo que este título não é só do corintiano, tenho um único motivo: são quase 102 anos de espera. Alguém amaria mais ou menos o Corinthians caso tivesse que esperar mais um centenário? Não. Disso ninguém duvida. Nem mesmo as outras torcidas, que também se divertiram nessa trajetória corintiana pela América.
Secaram, riram... "Paciência", alguns falaram. "Não acredito", outros diziam. "Isso não pode acontecer", indagaram. Essa taça não terá mais tanta graça como sempre teve. Mas, agora, o "vão ter que me engolir" está na ponta da língua. "Aguenta os caras agora!", escutei uma pessoa dentro do ônibus dizer para outra.
A conquista tão aguardada ainda veio com o sofrimento que a Fiel tanto afirma gostar. Não que nenhuma outra torcida não tenha visto seu time ser campeão com gols aos 47 minutos do segundo tempo. Longe disso. Mas a diferença é que o "maloqueiro e sofredor" bate no peito e diz que gosta deste sentimento. Acredite!
Com 1 a 0 aqui, outro lá, este time, vibrante do começo ao fim da árdua caminhada, chegou. Teve problemas, como qualquer outro. Mas superou todos, como poucos conseguem. Afinal sempre teve a Fiel ali do lado. A mesma Fiel que até aprendeu a torcer na Libertadores. Quebra-quebra com derrotas? Vaias? Obrigação de ganhar? Isso tudo passsou.
Batendo na trave ano a ano, essa torcida também ficou calejada. Cascuda igual ao time de Tite, criticado por jogar na defesa, por não atacar, por jogar um futebol feio, por ter caído para o Tolima (COL). "Dane-se!", pensavam todos.
Uma torcida que já comeu o pão que o diabo amaçou, aprendeu demais ao longo destes 102 anos de história do Timão. Aprendeu esperar 23 anos para ganhar um Paulistão. Segurou ao sofrer na mão de um rival verde e branco nos anos 90. Chorou com uma queda para a segundona. E agora, aprendeu e se acostumou como nunca, a "torcer na boa". Briga por títulos, luta a cada jogo... O Corinthians ficou ainda maior. Nada de brigar para não ser rebaixado.
Você corintiano, que correu atrás deste time a cada palmo de chão nessa América do Sul, que vibrou no sofá de casa ou que foi ao Pacaembu, PARABÉNS! Se o Corinthians é o time do povo, pela primeira vez a América é do povo. E é do povo mais "LOUCO" do mundo!
*Por Renato Rodrigues (setorista do Corinthians)
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