Vive a Humanidade em eterna dúvida
Por não ver imperar o Reino prometido
De Ternura, de Paz, de Justiça e de Amor!
Varrem seu pensamento silvos soltos
De desenfreado vento
Que, em tal correr, ora canta, ora chora.
E ergue-se a palavra-chicote
A falar de perigos, sustos e guerras.
Tantos desalentos!...
Tudo perdido?
Fim da Esperança?
Não!
Um dia, sim, um dia,
Tudo vai mudar se o Homem quiser.
Um Menino assim ensinou e prometeu
Quando se fez homem, quando cresceu:
- Mesmo quando for de fel a tua taça,
Não te esqueças que é no pôr-do-sol
Que a sombra mais se alonga.
São tuas as estrelas do Céu,
São tuas as flores do jardim.
Recompõe esse coração
Quando desfeito de amargura
E ampara esse a teu lado,
O teu irmão!
Desde então,
Numa certa noite, à meia-noite,
Envolto em diáfano véu,
Desce mansamente o luar
Por entre um cardume de estrelas,
Param as nuvens que andam no Céu
Em louca correria, como toiros na lezíria,
E abre-se o coração dos Homens
Em ninhos de afetos.
Do alto, nessa noite de Dezembro, à meia-noite,
Numa verticalidade horizontal e transversal
Desce um raio de luz dobre o Presépio,
Passeia a Lua desfazendo as Sombras,
Enquanto colhe e esparge sementes
De Ternura, de Paz, de Justiça e de Amor.
Homens… conhecemos a receita.
Vamos, vamos à colheita!
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